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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sobre o Movimento Escoteiro.


1.   O que é o escotismo?
O Escotismo é um movimento educacional que é apresentado aos jovens de ambos os sexos na forma agradável de um "Grande Jogo" e que complementa a formação recebida na família, igreja e na escola; desenvolvendo o caráter através de hábitos, aperfeiçoando-os como cidadão favorecendo a socialização através do trabalho em grupo e da aceitação das diferenças individuais.

2.   Como são Divididos os ramos do Escotismo?

             O Escotismo está organizado em Ramos, que se distinguem por programas e atividades diferentes, dentro da mesma metodologia escoteira:

Ramo Lobinho: 
    Especialmente concebido para atender às necessidades de desenvolvimento das crianças de ambos os sexos na faixa etária compreendida entre 7 e 10 anos, o programa educativo aplicado ao Ramo Lobinho concentra a sua ênfase no processo de socialização da criança, preparando-a para que, ao atingir a idade e as condições necessárias, prossiga a sua formação no ramo escoteiro. O Lobismo é inspirado no "Livro da Jangal", de Rudyard Kipling, resumido em "Mowgli, o menino-lobo". A seção do grupo escoteiro que congrega os lobinhos é denominada alcatéia (de Lobinhos, Lobinhas ou Mista). O chefe é chamado de Akelá pelas crianças e seus assistentes são chamados Baloo, Baguera, Kaa, Chill ou outros nomes constantes do "Livro da Jângal". A escolha dos nomes dos assistentes é feita em geral pelas crianças. A Alcatéia é dividida em unidades denominadas Matilhas, cada uma com 4 a 6 crianças, as quais constituem as equipes de trabalho e de jogos, sem atingir contudo, o grau de estratificação e de desenvolvimento recomendado para o sistema de patrulhas, adotado nos ramos Escoteiro e Sênior. Uma Alcatéia completa deve contar com 4 Matilhas. O lobo é o animal símbolo de todas as Matilhas, que se distinguem numa mesma Alcatéia pelas cores próprias dos lobos. A Matilha é liderada por um Lobinho ou Lobinha denominado Primo, auxiliado por outro denominado Segundo. Os Primos e Segundos são designados pelo Akelá, mas cada Primo deve ser consultado antes da designação do seu Segundo. Antes de completar 11 anos, o Lobinho deve deixar a Alcatéia e ser transferido para a Tropa do Ramo Escoteiro, em uma adequada cerimônia de passagem. Se o Grupo não possui essa espécie de seção, a criança deve ser encaminhada a outro Grupo que a possua.

Ramo Escoteiro:
     O programa educativo aplicado ao ramo escoteiro atende às necessidades de jovens de ambos os sexos na faixa etária compreendida entre 11 e 14 anos, e concentra sua ênfase no processo de criação e ampliação da autonomia. O programa é fundamentado na vida em equipe e no encontro com a natureza, sem se descuidar de outros aspectos relacionados com o desenvolvimento integral da personalidade. A tropa é dividida em no máximo 4 patrulhas, que são equipes de 5 a 8 jovens, constituindo uma unidade básica permanente, autônoma e auto-suficiente para excursões, acampamentos, trabalhos, jogos, boas ações, atividades comunitárias e demais atividades escoteiras. Cada patrulha tem como designativo um animal, uma estrela ou uma constelação. A patrulha tem o nome deste totem, e todos os seus membros devem conhecer detalhadamente suas principais características.  Os fatos marcantes da vida da patrulha devem ser indicados no bastão da bandeirola da patrulha.
     A patrulha é dirigida por um dos seus integrantes, nomeado pelo chefe de seção para ser monitor, após consultar a opinião da patrulha e da Corte de Honra. O monitor é um jovem que está desenvolvendo a sua capacidade de liderança. Como tal, é responsável pela administração, disciplina, treinamento, atividades e boa apresentação de sua patrulha. O submonitor é um jovem selecionado pelo monitor com a aprovação do chefe de seção e da Corte de Honra para auxiliá-lo em todos os seus deveres e substituí-lo quando ausente. O submonitor é nomeado pelo chefe da seção.

Ramo Sênior:
 O programa educativo aplicado ao ramo sênior atende às necessidades de jovens de ambos os sexos na faixa etária compreendida entre 15 e 17 anos, e concentra sua ênfase no processo de autoconhecimento, aceitação e aprimoramento das características pessoais e auxiliando o jovem em seu desenvolvimento físico, intelectual, espiritual e social. A tropa de seniores (rapazes) e guias (moças) é dividida em no máximo 4 patrulhas de 4 a 6 jovens, constituindo uma unidade básica permanente, autônoma e auto-suficiente para excursões, acampamentos, trabalhos, jogos, boas ações, atividades comunitárias e demais atividades escoteiras. Cada patrulha de seniores ou de guias adota um nome característico, que pode ser o de acidente geográfico bem conhecido pela patrulha ou de uma tribo indígena nacional. É facultado às patrulhas que até 30 de abril de 1990 tenham adotado nome de um grande vulto ou personalidade histórica nacional, conservar o nome adotado. Nos trabalhos e atividades que, por sua natureza, exijam interesses, habilidades ou conhecimentos especializados, as patrulhas poderão ceder lugar a equipes de trabalho, integradas por membros de diferentes patrulhas, cabendo a coordenação de cada equipe ao seu integrante melhor qualificado. As demais características desse ramo são semelhantes ao ramo escoteiro.

Ramo Pioneiro:

O pioneirismo é uma fraternidade de ar livre e de serviço ao próximo para jovens adultos de ambos os sexos entre 18 e 21 anos incompletos. O programa educativo aplicado ao ramo pioneiro concentra a sua ênfase no processo de integração do jovem ao mundo, privilegiando, sobretudo o serviço à comunidade como expressão da cidadania, e auxiliando o jovem a por em prática os valores da Promessa e Lei Escoteira. O lema pioneiro é servir. A seção do grupo escoteiro que congrega os integrantes do ramo pioneiro é chamado de clã, que poderá ser integrado por rapazes, por moças ou por jovens de ambos os sexos. O clã é orientado por um mestre pioneiro e/ou uma mestre pioneira que podem ter um ou mais assistentes. O clã misto terá preferencialmente uma chefia mista. A Comissão Administrativa do Clã ou o Conselho do Clã é a autoridade para tratar de todos os assuntos internos de administração, finanças, disciplina e programação. O Mestre Pioneiro detém o poder de veto, que deverá exercitar em casos excepcionais de forma a balizar as atividades dentro dos princípios do Escotismo.
  Como se tornar um escoteiro

A primeira coisa a fazer para tornar-se um escoteiro é procurar um grupo que seja próximo a sua casa ou cidade. Entre em contato com a Direção Nacional da União dos Escoteiros do Brasil através do site www.escoteiro.com.br e informe-se. Para quem mora no estado do Rio Grande do Norte, vale conferir o site http://www.escoteirosrn.org.br/ para maiores informações.
Depois da inscrição a criança poderá participar de algumas reuniões para conhecer melhor a atividade para decidir se realmente quer fazer parte e tornar-se escoteira. Apenas se a criança optar por permanecer no movimento, é que será feito um cadastro de admissão na Fraternidade Escoteira.
                                                 O QUE É A FLOR DE LIZ ESCOTEIRA ?
É o símbolo do Escotismo. Foi escolhido por Baden Powell em 1907. Desenhada na cor amarelo-ouro, no centro de uma bandeira verde, foi hasteada ao lado da bandeira inglesa no primeiro acampamento escoteiro realizado em Brownsea, no Canal da Mancha, Inglaterra. Antigamente, a flor-de-lis era desenhada nas cartas náuticas para indicar o norte na rosa dos ventos. Ao observar essas cartas, Baden Powell chegou à conclusão de que a flor-de-lis representava o sentido de direção; e era exatamente esse sentido que ele idealizava para o Escotismo. No Brasil, o Selo da República, com círculo de estrelas e o Cruzeiro do Sul é usado para esse fim. Sob a flor-de-lis há uma faixa com o nosso lema: Sempre Alerta! Sob a faixa, há um nó, cujo objetivo é lembrar a boa ação diária que devemos fazer em benefício de alguém, sem outra recompensa que a de nos sentirmos úteis.

5. PORQUE OS ESCOTEIROS COMPRIMENTAM COM A MÃO ESQUERDA?

Durante o Verão de 1946, um jovem da África Ocidental (actual Namíbia) chamado Djabonar veio a Gilwell-Park, ao Campo Escola Internacional. Esperava ele vir a ser, mais tarde, Comissário Adjunto da Costa do Ouro. Quando o Chefe do Campo falava acerca da maneira de se cumprimentar com a mão esquerda, Djabonar contou-lhe como, quando da queda de Kumassi, capital de Prempeh, rei do povo Ashanti e seu avô, um dos chefes veio ao encontro de Baden-Powell e estendeu-lhe a mão esquerda. B.P. apresentou-lhe a mão direita, mas o chefe disse:
"Não! No meu país, ao mais bravo entre os bravos, cumprimenta-se com a mão esquerda".

Entre as numerosas explicações do aperto da mão esquerda dos Escoteiros, não há dúvida de que esta narração seja a da sua origem. Quando da minha estadia em África, em Fevereiro/Março de 1947, encontrei-me com Prempeh II, que havia sucedido a seu tio na qualidade de rei dos Ashantis. Ele próprio havia sido Escoteiro e é atualmente Comissário Honorário. Perguntei-lhe a origem deste cumprimento que os seus compatriotas trocavam com a mão esquerda e relatei-lhe a história que conhecia. Ele surpreendeu-se que um Europeu a conhecesse e explicou-me que isso era um sinal secreto duma Ordem de Nobreza de raça entre os Ashantis, sendo os seus superiores os mais corajosos e os mais dignos. Mas este sinal não é limitado aos indígenas Ashantis, porque eu observei este costume, denominado «Owor Ogum». «Owor Ogun» é o deus dos guerreiros e dos caçadores, e, não há muito tempo, quando o Sr. Blair, Administrador Territorial em Ibadam, regressava duma caçada ao leopardo, encontrou um velho caçador que o saudou dizendo «Owor Ogun» e apresentando-lhe a mão esquerda, querendo significar, desse modo, que o Sr. Blair era um caçador de valor e digno de tomar lugar entre os grandes caçadores.
Em Ife, também o cumprimento com a mão esquerda é dado pelo «Oni» - Chefe Supremo - aos seus sub-Chefes.
Há provavelmente muitos outros exemplos deste costume entre os nativos da África Ocidental, mas é curioso que, se para os maometanos a mão esquerda é impura, ela é, em todas as tribos da África Ocidental, um sinal de honra entre os homens de honra, fato que não foi conhecido senão muitos anos mais tarde e depois de uma guerra em que, por toda a parte, os Escoteiros se revelaram «os mais bravos entre os bravos» e dignos de figurar entre os homens de honra de todos os países.

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