1.
O que é o
escotismo?
O Escotismo é um movimento
educacional que é apresentado aos jovens de ambos os sexos na forma agradável
de um "Grande Jogo" e que complementa a formação recebida na família,
igreja e na escola; desenvolvendo o caráter através de hábitos,
aperfeiçoando-os como cidadão favorecendo a socialização através do trabalho em
grupo e da aceitação das diferenças individuais.
2. Como são
Divididos os ramos do Escotismo?
O Escotismo está organizado em Ramos, que
se distinguem por programas e atividades diferentes, dentro da mesma
metodologia escoteira:
Ramo Lobinho:
Especialmente concebido para atender às necessidades de
desenvolvimento das crianças de ambos os sexos na faixa etária compreendida
entre 7 e 10 anos, o programa educativo aplicado ao Ramo Lobinho concentra a
sua ênfase no processo de socialização da criança, preparando-a para que, ao
atingir a idade e as condições necessárias, prossiga a sua formação no ramo
escoteiro. O Lobismo é inspirado no "Livro da Jangal", de Rudyard
Kipling, resumido em "Mowgli, o menino-lobo". A seção do grupo
escoteiro que congrega os lobinhos é denominada alcatéia (de Lobinhos, Lobinhas
ou Mista). O chefe é chamado de Akelá pelas crianças e seus assistentes são
chamados Baloo, Baguera, Kaa, Chill ou outros nomes constantes do "Livro
da Jângal". A escolha dos nomes dos assistentes é feita em geral pelas
crianças. A Alcatéia é dividida em unidades denominadas Matilhas, cada uma com
4 a 6 crianças, as quais constituem as equipes de trabalho e de jogos, sem
atingir contudo, o grau de estratificação e de desenvolvimento recomendado para
o sistema de patrulhas, adotado nos ramos Escoteiro e Sênior. Uma Alcatéia
completa deve contar com 4 Matilhas. O lobo é o animal símbolo de todas as
Matilhas, que se distinguem numa mesma Alcatéia pelas cores próprias dos lobos.
A Matilha é liderada por um Lobinho ou Lobinha denominado Primo, auxiliado por
outro denominado Segundo. Os Primos e Segundos são designados pelo Akelá, mas
cada Primo deve ser consultado antes da designação do seu Segundo. Antes de
completar 11 anos, o Lobinho deve deixar a Alcatéia e ser transferido para a
Tropa do Ramo Escoteiro, em uma adequada cerimônia de passagem. Se o Grupo não
possui essa espécie de seção, a criança deve ser encaminhada a outro Grupo que
a possua.
Ramo Escoteiro:
O programa educativo aplicado ao ramo escoteiro atende às
necessidades de jovens de ambos os sexos na faixa etária compreendida entre 11
e 14 anos, e concentra sua ênfase no processo de criação e ampliação da
autonomia. O programa é fundamentado na vida em equipe e no encontro com a
natureza, sem se descuidar de outros aspectos relacionados com o desenvolvimento
integral da personalidade. A tropa é dividida em no máximo 4 patrulhas, que são
equipes de 5 a 8 jovens, constituindo uma unidade básica permanente, autônoma e
auto-suficiente para excursões, acampamentos, trabalhos, jogos, boas ações,
atividades comunitárias e demais atividades escoteiras. Cada patrulha tem como
designativo um animal, uma estrela ou uma constelação. A patrulha tem o nome
deste totem, e todos os seus membros devem conhecer detalhadamente suas
principais características. Os fatos
marcantes da vida da patrulha devem ser indicados no bastão da bandeirola da
patrulha.
A patrulha é dirigida por um dos
seus integrantes, nomeado pelo chefe de seção para ser monitor, após consultar
a opinião da patrulha e da Corte de Honra. O monitor é um jovem que está
desenvolvendo a sua capacidade de liderança. Como tal, é responsável pela
administração, disciplina, treinamento, atividades e boa apresentação de sua
patrulha. O submonitor é um jovem selecionado pelo monitor com a aprovação do
chefe de seção e da Corte de Honra para auxiliá-lo em todos os seus deveres e
substituí-lo quando ausente. O submonitor é nomeado pelo chefe da seção.
Ramo Sênior:
O programa educativo aplicado ao ramo sênior atende às
necessidades de jovens de ambos os sexos na faixa etária compreendida entre 15
e 17 anos, e concentra sua ênfase no processo de autoconhecimento, aceitação e
aprimoramento das características pessoais e auxiliando o jovem em seu
desenvolvimento físico, intelectual, espiritual e social. A tropa de seniores
(rapazes) e guias (moças) é dividida em no máximo 4 patrulhas de 4 a 6 jovens,
constituindo uma unidade básica permanente, autônoma e auto-suficiente para
excursões, acampamentos, trabalhos, jogos, boas ações, atividades comunitárias e
demais atividades escoteiras. Cada patrulha de seniores ou de guias adota um
nome característico, que pode ser o de acidente geográfico bem conhecido pela
patrulha ou de uma tribo indígena nacional. É facultado às patrulhas que até 30
de abril de 1990 tenham adotado nome de um grande vulto ou personalidade
histórica nacional, conservar o nome adotado. Nos trabalhos e atividades que,
por sua natureza, exijam interesses, habilidades ou conhecimentos
especializados, as patrulhas poderão ceder lugar a equipes de trabalho,
integradas por membros de diferentes patrulhas, cabendo a coordenação de cada
equipe ao seu integrante melhor qualificado. As demais características desse
ramo são semelhantes ao ramo escoteiro.
Ramo Pioneiro:
O pioneirismo é uma fraternidade de ar livre e de serviço ao
próximo para jovens adultos de ambos os sexos entre 18 e 21 anos incompletos. O
programa educativo aplicado ao ramo pioneiro concentra a sua ênfase no processo
de integração do jovem ao mundo, privilegiando, sobretudo o serviço à
comunidade como expressão da cidadania, e auxiliando o jovem a por em prática
os valores da Promessa e Lei Escoteira. O
lema pioneiro é servir. A seção do grupo escoteiro que congrega os
integrantes do ramo pioneiro é chamado de clã, que poderá ser integrado por
rapazes, por moças ou por jovens de ambos os sexos. O clã é orientado por um
mestre pioneiro e/ou uma mestre pioneira que podem ter um ou mais assistentes.
O clã misto terá preferencialmente uma chefia mista. A Comissão Administrativa
do Clã ou o Conselho do Clã é a autoridade para tratar de todos os assuntos
internos de administração, finanças, disciplina e programação. O Mestre
Pioneiro detém o poder de veto, que deverá exercitar em casos excepcionais de
forma a balizar as atividades dentro dos princípios do Escotismo.
Como
se tornar um escoteiro
A primeira coisa a fazer para
tornar-se um escoteiro é procurar um grupo que
seja próximo a sua casa ou cidade. Entre em contato com a Direção Nacional da União dos Escoteiros do Brasil
através do site www.escoteiro.com.br e informe-se. Para quem mora no estado do
Rio Grande do Norte, vale conferir o site http://www.escoteirosrn.org.br/
para maiores informações.
Depois da inscrição a criança
poderá participar de algumas reuniões para conhecer melhor a atividade para
decidir se realmente quer fazer parte e tornar-se escoteira. Apenas se a
criança optar por permanecer no movimento, é que será feito um cadastro de
admissão na Fraternidade Escoteira.
O QUE É A FLOR DE
LIZ ESCOTEIRA ?
É o
símbolo do Escotismo. Foi escolhido por Baden Powell em 1907. Desenhada na cor
amarelo-ouro, no centro de uma bandeira verde, foi hasteada ao lado da bandeira
inglesa no primeiro acampamento escoteiro realizado em Brownsea, no Canal da
Mancha, Inglaterra. Antigamente, a flor-de-lis era desenhada nas cartas
náuticas para indicar o norte na rosa dos ventos. Ao observar essas cartas,
Baden Powell chegou à conclusão de que a flor-de-lis representava o sentido de
direção; e era exatamente esse sentido que ele idealizava para o Escotismo. No
Brasil, o Selo da República, com círculo de estrelas e o Cruzeiro do Sul é
usado para esse fim. Sob a flor-de-lis há uma faixa com o nosso lema: Sempre
Alerta! Sob a faixa, há um nó, cujo objetivo é lembrar a
boa ação diária que devemos fazer em benefício de alguém, sem outra recompensa
que a de nos sentirmos úteis.
5. PORQUE OS ESCOTEIROS COMPRIMENTAM COM A MÃO ESQUERDA?
Durante o Verão de 1946, um jovem
da África Ocidental (actual Namíbia) chamado Djabonar veio a Gilwell-Park, ao
Campo Escola Internacional. Esperava ele vir a ser, mais tarde, Comissário
Adjunto da Costa do Ouro. Quando o Chefe do Campo falava acerca da maneira de
se cumprimentar com a mão esquerda, Djabonar contou-lhe como, quando da queda
de Kumassi, capital de Prempeh, rei do povo Ashanti e seu avô, um dos chefes
veio ao encontro de Baden-Powell e estendeu-lhe a mão esquerda. B.P.
apresentou-lhe a mão direita, mas o chefe disse:
"Não! No meu país, ao
mais bravo entre os bravos, cumprimenta-se com a mão esquerda".
Entre as numerosas explicações do aperto da mão esquerda dos Escoteiros, não há dúvida de que esta narração seja a da sua origem. Quando da minha estadia em África, em Fevereiro/Março de 1947, encontrei-me com Prempeh II, que havia sucedido a seu tio na qualidade de rei dos Ashantis. Ele próprio havia sido Escoteiro e é atualmente Comissário Honorário. Perguntei-lhe a origem deste cumprimento que os seus compatriotas trocavam com a mão esquerda e relatei-lhe a história que conhecia. Ele surpreendeu-se que um Europeu a conhecesse e explicou-me que isso era um sinal secreto duma Ordem de Nobreza de raça entre os Ashantis, sendo os seus superiores os mais corajosos e os mais dignos. Mas este sinal não é limitado aos indígenas Ashantis, porque eu observei este costume, denominado «Owor Ogum». «Owor Ogun» é o deus dos guerreiros e dos caçadores, e, não há muito tempo, quando o Sr. Blair, Administrador Territorial em Ibadam, regressava duma caçada ao leopardo, encontrou um velho caçador que o saudou dizendo «Owor Ogun» e apresentando-lhe a mão esquerda, querendo significar, desse modo, que o Sr. Blair era um caçador de valor e digno de tomar lugar entre os grandes caçadores.
Entre as numerosas explicações do aperto da mão esquerda dos Escoteiros, não há dúvida de que esta narração seja a da sua origem. Quando da minha estadia em África, em Fevereiro/Março de 1947, encontrei-me com Prempeh II, que havia sucedido a seu tio na qualidade de rei dos Ashantis. Ele próprio havia sido Escoteiro e é atualmente Comissário Honorário. Perguntei-lhe a origem deste cumprimento que os seus compatriotas trocavam com a mão esquerda e relatei-lhe a história que conhecia. Ele surpreendeu-se que um Europeu a conhecesse e explicou-me que isso era um sinal secreto duma Ordem de Nobreza de raça entre os Ashantis, sendo os seus superiores os mais corajosos e os mais dignos. Mas este sinal não é limitado aos indígenas Ashantis, porque eu observei este costume, denominado «Owor Ogum». «Owor Ogun» é o deus dos guerreiros e dos caçadores, e, não há muito tempo, quando o Sr. Blair, Administrador Territorial em Ibadam, regressava duma caçada ao leopardo, encontrou um velho caçador que o saudou dizendo «Owor Ogun» e apresentando-lhe a mão esquerda, querendo significar, desse modo, que o Sr. Blair era um caçador de valor e digno de tomar lugar entre os grandes caçadores.
Em Ife, também o cumprimento com a
mão esquerda é dado pelo «Oni» - Chefe Supremo - aos seus sub-Chefes.
Há provavelmente muitos outros
exemplos deste costume entre os nativos da África Ocidental, mas é curioso que,
se para os maometanos a mão esquerda é impura, ela é, em todas as tribos da
África Ocidental, um sinal de honra entre os homens de honra, fato que não foi
conhecido senão muitos anos mais tarde e depois de uma guerra em que, por toda
a parte, os Escoteiros se revelaram «os mais bravos entre os bravos» e dignos
de figurar entre os homens de honra de todos os países.